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Manhã de Autógrafos – Fernanda Ripamonte

Manhã de Autógrafos – Fernanda Ripamonte

FERNANDA RIPAMONTE  NA BIBLIOTECA DO CLUBE DE REGATAS II  

A escritora Fernanda Ripamonte  realizará manhã de autógrafos de seu livro, “Francesco- História de um Imigrante Italiano na Biblioteca do Clube de Regatas, no domingo, dia 25 de março  de 2018, das 10 às 11 horas da manhã.

A presença dela será a 121ª de uma série que o conselheiro e colaborador, escritor Antônio Carlos Tórtoro, tem levado ao Regatas em um dos finais de semana de cada mês, com o objetivo de incentivar a leitura e apresentar aos regateiros os escritores de Ribeirão Preto e região.

Fernanda Ripamonte é brasileira, nasceu em Ribeirão Preto, Estado de São Paulo em 26 de outubro de 1951. Casada com Dr. Francisco José Ripamonte. Tem três filhas e quatro netos.Concluiu o Curso Ginasial na Escola Estadual Thomás Alberto Whatelly no ano de 1967 e no Instituto de Educação Otoniel Mota graduou-se em Magistério no ano de 1969, Advogada, Bacharel em Direito colando grau no ano de 1975, no Centro de Ciências Humanas da UNAERP, com especialização em Direito Civil. Integrou o CONPAC, CONSELHO DE PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL DO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PRETO – CONPPAC/RP; o Conselho Consultivo da Fundação Feira do Livro de Ribeirão Preto; o Conselho do FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE do Município de Ribeirão Preto; o CONSEAS  – CONSELHO ESTADUAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, como representante da 12ª Subseção da OAB; o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e integrou em 2015 o Conselho Municipal de Educação de Ribeirão Preto.Recebeu o Diploma e a Medalha Câmara Municipal de Ribeirão Preto na comemoração de 125 anos da Câmara em 15 de fevereiro de 2000.É membro da ACADEMIA DE LETRAS E ARTES DE RIBEIRÃO PRETO, titular da cadeira nº 18 cujo patrono é o jornalista Sebastião Fernandes Palma. Participou da Diretoria Executiva da ALARP no cargo de Secretária e Bibliotecária.É membro da ACADEMIA RIBEIRÃOPRETANA DE LETRAS JURÍDICAS, sendo titular da cadeira nº 08 cujo patrono é o Doutor Othon Sidou, ilustre Jurista do Rio de Janeiro – Presidente, á época, da Academia Brasileira de Letras Jurídicas.É membro da ACADEMIA RIBEIRÃOPRETANA DE LETRAS, titular da Cadeira nº 30, cujo patrono é o escritor João Guimarães Rosa.Participou da mesa diretora e foi uma dos fundadores da ACADEMIA JOAQUINENSE DE LETRAS – no município de São Joaquim da Barra-SP, em 1996.Editou em 1998 “Para não Esquecer…” – Relatos Biográficos de pessoas ilustres que exerceram atividades sociais em Ribeirão Preto- (Riberset Gráfica e  Editora Ltda); em 1999  “Laços” – Poesias – (Editora Legis Summa); em 2002 a obra biográfica em 239 páginas, sobre a vida do Professor da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, Guilherme Simões Gomes, sob o título de “HISTÓRIAS DO PROFESSOR SIMÕES” – (composto em São Paulo, na Jet Graphic); também a obra biográfica “Francesco História de um Imigrante Italiano” – edição de São Francisco Gráfica e Editora Ltda., 2006;  e biografia e contos de Benedito Antonio da Silva, em 2012, “ Histórias da minha vida”.integra a publicação “Construtores de História 4 – Famílias Italianas do Brasil  – Editora & Livraria EST – Frei Rovílio Ltda. Porto Alegre RS, 2016.          É autora da parte histórica (legendas de fotos do Grupo Amigos da Fotografia, além da identificação de logradouros) do livro “O PASSADO MANDA LEMBRANÇA I” lançado em 2006 e  que se encontra no Baú na Câmara Municipal a ser aberto nos 200 anos de Ribeirão Preto. Autora também das legendas de “O PASSADO MANDA LEMBRANÇA” II e IV /2010/2017 do Grupo Amigos da Fotografia.Trabalha sem pressa na obra “Florilégio – Sentimento e Vigília”.

SOBRE O LIVRO:

História de um imigrante italiano

Fernanda Ripamonte

fernanda-ripamonte-capa-fraDespediu-se da amada terra olhando o mar de profundo azul e o litoral recortado da Sicilia. Lá viveu até completar trinta anos e, ficariam como raízes tão firmemente fixadas, sua família e parte de sua história. Chegou ao Porto de Santos no dia 7 de setembro de 1954.

Quantos são os que, sobreviventes aos flagelos que imprimem batalhas inexplicáveis e desumanas, deixam suas pátrias e se lançam em busca de novos horizontes, longe de lutas que perdem o sentido, logo nos primeiros dias de sofrimento imposto aos que apenas desejam viver em paz.

Francesco nasceu em Licata, Província de Agrigento na Sicilia, no dia de Reis, seis de janeiro de 1924, estando sobre a mesa a Estrela de Natal a homenagear os três Reis Magos que na gruta de Belém vieram conhecer e presentear o Menino Jesus. Sua chegada na família, único filho homem, foi muito comemorada. Recebeu o nome de Francesco.

Jamais se esqueceu dos momentos difíceis de sua juventude quando iria viver o momento histórico da Segunda Guerra Mundial. Seu pai participara da Primeira Guerra Mundial e contava aos filhos como foram as agruras que passou. Ele, convocado, direcionado para o regimento de carros blindados onde aprendeu a pilotar “tanques de guerra”. Com dezenove anos seguiu para o norte da Itália, indo para Vercelle, Piemonte.

  Acabava de viver, pensava ele, a derradeira batalha; acordava de um belo sonho e sepultaria ali mesmo os piores momentos de sua vida, inesquecíveis pesadelos. Agora, deveria percorrer o caminho de volta que duraria seis meses. De Turim até a Sicilia, caminhado de volta por 1.600 quilômetros, para o lar acolhedor com o coração cheio de saudade. Já perto de casa, nas proximidades de Salerno, com os companheiros, iria saciar a sede num riacho… triste visão quando encontraram corpos de soldados mortos em recente luta sobre as pedras.

           No mês de julho de 1944, desembarcou em Nápoles o primeiro contingente da Força Expedicionária Brasileira (FEB), composto de 5.400 homens sob o comando do General Euclides Zenóbio da Costa. Seguiriam depois, mais contingentes sendo que, em fevereiro de 1945, totalizariam 25.334 homens cujo destino era Nápoles e onde encontrariam navios afundados, trilhos retorcidos, balões suspensos no ar e o povo italiano na maior penúria, passando fome. A Campanha da FEB na Itália permaneceu de setembro de 1944 a maio de 1945, sendo 239 dias de ações bélicas inigualáveis na historia de italianos e brasileiros. Foi aí que Francesco conheceu os brasileiros. Voltariam para o Brasil, como heróis os brasileiros, firmando laços de fraternidade pelo que lutaram juntos, restando aos italianos, contudo, a reconstrução de sua terra arrasada pela guerra.

            Em 1954 viria para o Brasil, como participara de diversos cursos de culinária, confeitaria e sorveteria na sua cidade natal, apresentar-se-ia com sua aptidão natural em São Paulo onde ocorreu sua contratação pelo Restaurante e Confeitaria Fazano, no primeiro dia de sua chegada.

            Para montar seu próprio negócio, escolheu depois vir para o interior de São Paulo. Alugou um prédio comercial na rua General Osório em Ribeirão Preto.      Iniciava-se uma história que levaria Francesco a conhecer sua futura esposa, mãe de seus três filhos, avó de seus três netos e grande amor de sua vida. A professora Silvia dividiria com Francesco todo o trabalho que faria de sua família tão reconhecida e respeitada nesta cidade.

Bella Sicilia foi o nome escolhido para o estabelecimento, onde até hoje os filhos e parentes trabalham, dando prosseguimento à conquista de Francesco que faleceu aos 93 anos de idade, no dia 9 de setembro de 2017.   Ele esteve sempre, atrás do balcão, onde está  na parede um mapa da Itália e decorando o espaço de convivência e trabalho, também a figura do Carreto Italiano, carruagem toda pintada, puxada pelo cavalo enfeitado de plumas, típico das paisagens sicilianas.

            Francesco figura entre os 110.932 italianos que de 1946 a 1960 vieram para o Brasil. Imigrantes que foram recebidos para o trabalho nas lavouras, nas empresas das cidades e que aqui se fixaram, permanecem amando nossa Pátria que também é deles e de suas famílias, sendo muito amados e reverenciados pelo que representam da fraternidade que trouxeram em suas bagagens.

            Que imigração seja uma palavra que signifique união de pessoas, seres humanos em busca de oportunidades de progresso.

            Que imigrante seja uma palavra que signifique não um refugiado, mas,  alguém que possamos amar como irmão!